E-books pode até ser mais barato e/ou acessível e/ou prático e/ou moderno e/ou qualquer outro adjetivo que se possa dar. Se por um lado existem as vantagens, por outro existem as perdas, como a questão do direito autoral e da propriedade intelectual. Mas nem é isso o que mais me incomoda.
O que me incomoda mesmo é a idéia de que tudo – inclusive os livros – possa ser substituído pelo virtual. O que me incomoda é a confusão que se faz entre necessidade e acomodação. O que me incomoda é a escolha de sentar em frente a um computador à relacionar-se com os demais. O que me incomoda é um dia não poder sentir mais nas mãos o peso das páginas, não poder sentir aquele cheiro de livro novo, a espessura das capas, as gravuras, a diagramação, enfim, o livro em si.
O que me incomoda mesmo é a idéia de que tudo – inclusive os livros – possa ser substituído pelo virtual. O que me incomoda é a confusão que se faz entre necessidade e acomodação. O que me incomoda é a escolha de sentar em frente a um computador à relacionar-se com os demais. O que me incomoda é um dia não poder sentir mais nas mãos o peso das páginas, não poder sentir aquele cheiro de livro novo, a espessura das capas, as gravuras, a diagramação, enfim, o livro em si.
Talvez, mesmo em meio às modernidades do século 21, eu seja algo antiquado. Acho que sou mesmo. Mas, enquanto não for obrigado a trocar minha estante por um disco rígido, continuarei pensando assim.
Leio porque é livro. Porque gosto. Porque um livro me basta.
Leo Lopes (radialista, tradutor e intérprete)
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